O mercado financeiro segue em clima de tensão nesta segunda-feira após as denúncias de Joesley Batista contra o presidente Michel Temer, que pressionam câmbio, ações e juros desde quarta-feira passada. O dólar comercial opera em alta de 1,16%, a R$ 3,293, mesmo com o Banco Central atuando por meio da venda de dólares no mercado futuro (operação de swap cambial). Na Bolsa, o índice de referência Ibovespa recua 1,56%, aos 61.658 pontos. As ações da JBS são o destaque negativo, despencando 11,13% (R$ 7,74).
No mercado de juros, os contratos futuros também têm sessão de nervosismo. O contrato DI para janeiro de 2018 sobe a 9,71%, de 9,67%, enquanto o para janeiro de 2019 avança a 10,11%, de 9,97%. O papel para janeiro de 2021 sobe a 11,42%, antes 11,17%.
Na quinta-feira da semana passada, o câmbio subiu 8,16%, a maior alta desde 1999 diante da crise política gerada pela delação da JBS que envolve diretamente o presidente Michel Temer. Na sexta-feira, no entanto, o dólar fechou em queda de 3,92%, a R$ 3,257. No mercado de ações, após desabar mais de 8% na quinta-feira, o índice Ibovespa subiu 1,69%, aos 62.639 pontos.
Apesar do acirramento da crise política, o mercado financeiro fez poucas alterações no cenário da economia brasileira para 2017 e 2018, segundo o último Boletim Focus. A previsão para a taxa de juros no fim deste ano e do próxima se manteve em 8,50%, enquanto a estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ficou estável em 0,50% para 2017 e em 2,50% em 2018. Pela 11ª semana seguida, a projeção de inflação para o ano de 2017 foi reduzida, para 3,92%. Já as expectativas para o câmbio caíram de R$ 3,25 para R$ 3,23 para o fim de 2017 e permaneceram em R$ 3,36 para o fim do próximo ano.
Fonte: Extra